Sejam Bem Vindos!

Este blog foi criado para melhor interação com meus alunos do Ensino Médio, facilitando a comunicação, troca de infromações e conteúdos. Espero que seja útil a todos que se interessam pelos temas abordados.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A origem do Halloween

O Dia das Bruxas chegou. É Halloween. Um dos dias mais festejados pelos americanos e canadenses do ano, mas é famoso também na Irlanda e Reino Unido – onde toda essa história começou. Nas ruas, crianças e adultos fantasiados perguntando: “Gostosuras ou Travessuras?” E as festas? Ah! São as melhores, quem disse que os americanos não sabem se divertir, é porque nunca passou um Halloween com eles.
A origem do Halloween nos leva as tradições dos povos que habitaram algumas ilhas do Reino Unidos entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com algumas diferenças em relação às atuais abóboras ou da famosa frase “Gostosuras ou travessuras”, exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração. Originalmente, o Halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de outubro e 2 de novembro e marcava o fim do verão. Entre o pôr-do-sol do dia 31 de outubro e 1° de novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês), acredita-se que assim se deu origem ao nome atual da festa: Hallow Evening -> Hallowe’en -> Halloween.
A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas teria começado na Idade Média, quando homens e mulheres eram perseguidos por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos a julgamento pela Inquisição, com o intuito de condenar quem fosse considerados curandeiros ou pagão. Todos os que fossem alvo de dessa acusação era considerado bruxo ou bruxa, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.
O termo “Dia das bruxas” não é utilizado pelos povos de língua inglesa, mas sim, somente pelos países de Língua portuguesa, entre eles o Brasil.
Na celebração atual do Halloween, podemos notar a presença de muitos elementos ligados ao folclore em torno da bruxaria. As fantasias, enfeites e outros itens vendidos para esta ocasião, estão repletos de bruxas, gatos pretos, vampiros, fantasmas e monstros.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Dia da Consciência Negra poderá ser feriado nacional

Gostaria de partilhar com vocês esta notícia...


terça-feira,
Com informações do Senado Federal

Foi aprovado na semana passada o projeto que declara feriado nacional o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). O pedido agora só depende da aprovação da presidente Dilma Roussef. Caso seja sancionado este será o primeiro feriado do país conquistado por meio da mobilização social e o nono feriado nacional.
A data já é reconhecida como feriado em mais de 200 cidades. O dia que homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, surgiu na segunda metade de 1970, em meio às lutas dos movimentos sociais contra o racismo.
Além da homenagem a data também é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade e as consequências do racismo na vida das pessoas e no desenvolvimento do país. Todos os anos, atividades referentes ao tema são expandidas ao longo do mês de novembro, ampliando os espaços de debate sobre as questões raciais, envolvendo ainda a educação, segurança, saúde, trabalho, entre outras.
Além do Dia da Consciência Negra, outras quatro datas comemorativas são popularmente conhecidas como feriados nacionais, embora não sejam reconhecidas como tal pela legislação brasileira – Terça-feira de Carnaval, Sexta-feira da Paixão, Domingo de Páscoa e  Corpus Christi.

domingo, 23 de outubro de 2011


Globalização cultural: imperialismo ou diversidade?

 

 “O impacto cultural da globalização foi alvo de muita atenção. Imagens, ideias, produtos e estilos disseminam-se hoje em dia pelo mundo inteiro de uma forma muito mais rápida. O comércio, as novas tecnologias de informação, os meios de comunicação internacionais e a migração global fomentaram um fluxo sem restrições de cultura que transpõe as fronteiras das diversas nações. Muitas pessoas defendem que vivemos hoje numa única ordem de informação – uma gigantesca rede mundial, onde a informação é partilhada rapidamente e em grande quantidade. (…)
Segundo estimativas, centenas de milhões de pessoas do mundo inteiro assistiram ao filme Titanic, em salas de cinema ou em vídeo. Estreado em 1997, o Titanic conta a história de um jovem casal que se apaixona a bordo do fatídico navio transoceânico, e é um dos filmes mais populares de sempre. O Titanic quebrou todos os recordes de bilheteira, acumulando mais de 1,8 mil milhões de dólares de receitas provenientes de salas de cinema em cinquenta e cinco países diferentes. Quando da estréia do filme, formaram-se em muitos países filas de centenas de pessoas para comprar bilhete, e as sessões estavam permanentemente esgotadas (…)
O filme é um dos muitos produtos culturais que conseguiu quebrar as fronteiras nacionais e dar origem a um fenômeno de verdadeiras proporções internacionais. (…)
Uma razão que explica o sucesso de Titanic é o fato de o filme refletir um conjunto particular de ideias e valores com que as assistências pelo mundo fora conseguiam identificar-se. Uma das temáticas centrais do filme é a da possibilidade do amor romântico vencer as diferenças de classe social e as tradições familiares. Embora este ideal seja de uma forma geral, aceite na maior parte dos países ocidentais, ainda não prevalece em muitas outras regiões do mundo. O sucesso de uma película como o Titanic reflete a mudança de atitudes em relação a relacionamentos pessoais e casamentos, por exemplo, em partes do mundo onde os valores mais tradicionais têm prevalecido. No entanto, pode dizer-se que o Titanic, tal como muitos outros filmes ocidentais, contribuem para essa mudança de valores. Os filmes e programas de televisão produzidos no Ocidente, que dominam as mídias mundiais, tendem a avançar uma série de agendas políticas, sociais e econômicas que refletem uma visão do mundo especificamente ocidental. Alguns se preocupam com o fato da globalização estar a conduzir à criação de uma ‘cultura global’, em que os valores dos mais ricos e poderosos – neste caso, os estúdios de cinema de Hollywood – se sobrepõem à força dos hábitos e das tradições locais. De acordo com esta perspectiva, a globalização é uma forma de ‘imperialismo cultural’, em que os valores, os estilos e as perspectivas ocidentais são divulgados de um modo tão agressivo que suprimem as outras culturas nacionais.
Outros autores, pelo contrário, associaram os processos de globalização a uma crescente diferenciação no que diz respeito a formas e tradições culturais. Ao contrário dos que insistem no argumento da homogeneização cultural, estes autores afirmam que a sociedade global se caracteriza atualmente pela coexistência lado a lado de uma enorme diversidade de culturas. Às tradições locais, junta-se um conjunto de formas culturais adicionais provenientes do estrangeiro, presenteando as pessoas com um leque estonteante de opções de escolha de estilos de vida. Estaremos a assistir à fragmentação de formas culturais, e não à formação de uma cultura mundial unificada. As antigas identidades e modos de vida enraizados em culturas e em comunidades locais estão a dar lugar a novas formas de ‘identidade híbrida’, composta por elementos de diferentes origens culturais. Deste modo, um cidadão negro e urbano da África do Sul atual pode permanecer fortemente influenciado pelas tradições e perspectivas culturais das suas raízes tribais, mas simultaneamente adotar um gosto e um estilo de vida cosmopolitas – na roupa, no lazer, nos tempos livres, etc. – que resultam da globalização.”
(Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pp. 64-65.)

Atividades
1. Descreva em poucas palavras a globalização cultural.
2. Dê exemplos ilustrativos da globalização cultural diferentes dos exemplos dados pelo autor.
3. Relacione a globalização cultural com a aculturação.
4. Relacione a distinção entre aculturação por assimilação e aculturação por destruição com a divergência entre os autores que defendem que a globalização cultural leva à homogeneização cultural e os autores que defendem que leva à diferenciação cultural.
5. Na sua opinião, quem tem razão nessa divergência. Porquê?

Identidade cultural brasileira


Durante o período colonial, as manifestações culturais e artísticas produzidas no Brasil constituíram meras reproduções do que se fazia na Europa. Como não havia quase escolas ou instituições culturais, esses eventos permaneceram restritos à elite econômica, cujos vínculos de solidariedade estavam ligados à Europa. Os representantes dessa elite, geralmente filhos de grandes proprietários rurais, iam estudar em Lisboa, Londres ou Paris e, na volta, traziam para o Brasil o que haviam visto ou aprendido de mais interessante no velho mundo. Em conseqüência, suas produções artísticas tomavam como ponto de partida uma concepção estética nitidamente estrangeira. Mesmo quando procuravam retratar o homem brasileiro, a natureza do país e o seu ambiente, estes eram retratados com os olhos e a psicologia do europeu. Assim foi, por exemplo, com a arte e a música barroca mineira e a literatura romântica do século XIX.
Com a Independência, a situação dos movimentos culturais no Brasil pouco se alterou, apesar da postura nacionalista de muitos intelectuais da época.
Com a chegada do séc XX, o processo de urbanização, as modificações na composição da população e das classes sociais e a vinda de imigrantes italianos e alemães provocaram alterações nos costumes e a ampliação dos meios de comunicação. Ainda que a República, em si, não trouxesse um novo modelo cultural, ela intensificou contradições que iriam desembocar na expressão e afirmação dos aspectos mais específicos da sociedade. O aparecimento de uma classe média consciente de seus direitos viria contribuir para as mudanças futuras.
Se a sociedade brasileira, no início do século, ainda parecia uma mera cópia dos padrões europeus, por trás dos festivais de francesismos e inglesismos já se prenunciavam as forças de renovação, apoiadas principalmente na afirmação de uma cultura nacional. A Semana de Arte Moderna de 1922 e o Movimento Modernista nasceram da necessidade de romper com a secular submissão a tudo que era europeu ou estrangeiro. A reação polêmica e as críticas virulentas a esses eventos revelaram que as elites do país não estavam preparadas para as mudanças que começavam a se operar em toda a sociedade. Dividido em suas próprias contradições e com várias vertentes, o Movimento Modernista de 1922 não se desenvolveu e frutificou com pretendiam seus criadores. Mesmo assim, influenciou toda uma geração de artistas e intelectuais, que iriam desenvolver seus trabalhos tomando como ponto de partida a realidade social e econômica do país. Nesse contexto, devem ser citados os trabalhos plásticos de Cândido Portinari, as composições musicais de Heitor Villa-Lobos e a literatura regionalista dos anos 30.
A crise econômica mundial, provocada pela queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929, modificou o eixo de dependência econômica do Brasil em relação à Inglaterra e à Europa para os Estados Unidos. Essa mudança coincide com o desenvolvimento em grande escala da cultura de massa, marcada por uma nítida influência norte-americana, manifestada através da música, do rádio, do cinema, dos costumes e do comportamento e que atinge principalmente a classe média urbana.
Depois de passar por um período de readaptação a um regime democrático, após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil tem, na segunda metade da década de 50, um período de estabilidade política e grande desenvolvimento econômico, com a construção de Brasília e a instalação da indústria automobilística. Nesse período, florescem extraordinariamente todas as artes brasileiras. Esse desenvolvimento, no entanto, vai se dar no meio de profunda ambigüidade. De um lado, expande-se uma arte essencialmente voltada para a realidade social e a afirmação de uma cultura brasileira, solidarizando-se com a cultura do Terceiro Mundo; de outro, integra-se às correntes mais modernas da cultura de massa norte-americana. No primeiro caso, os exemplos mais marcantes são o Cinema Novo, que, com sua proposta terceiromundista, promove uma nova estética para o cinema, e o teatro popular do Arena e do Oficina, que desenvolvem toda uma nova dramaturgia brasileira. No segundo caso, o exemplo mais característico é a bossa nova, expressão da música popular brasileira que tanta repercussão provocou no exterior e que nada mais é do que o sincretismo do "samba" brasileiro com o "jazz" norte-americano.
Com o movimento militar de 1964, a censura cortou algumas das mais expressivas manifestações da cultura brasileira que estavam então numa fase de grande desenvolvimento. Por outro lado, o Movimento Tropicalista, nascido em 1967, foi uma tentativa frustrada de integrar o espírito do movimento modernista com certos segmentos da cultura pop contemporânea. Passados vinte anos, com a redemocratização do país e a "Nova República", o Brasil ainda está em busca de sua identidade cultural.
http://ialexandria.sites.uol.com.br/textos/israel_textos/identidade_cultural_brasileira.htm


Questionário - Cultura

Para exercitar tudo o que estamos trabalhando em sala de aula...

Questionário

1. Qual a relação entre educação e cultura?

2. Explique a afirmação: “Não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não há ser humano destituído de cultura”.

3. Dê três exemplos de traços culturais ligados à vida escolar.

4. Quais os dois processos básicos pelos quais se dá o crescimento do patrimônio cultural de um grupo?

5. Dê um exemplo de difusão cultural que você tenha presenciado.

6. O que você entende por subcultura e contracultura? Dê um exemplo de cada conceito.


 7. O que você entende por indústria cultural?

8. Você acha que a “invasão” cultural americana ainda continua em relação ao Brasil?

9. Qual o significado de aculturação?
10. Diferencie etnocentrismo de relativismo?

 

sábado, 22 de outubro de 2011

Ilha das Flores - Documentário

Olá pessoal,
Dentro do conteúdo CULTURA que estamos trabalhando, e também, fazendo parte do Projeto sobre Lixo, na próxima semana estaremos assistindo o vídeo Ilha das Flores. É importante que todos assistam, pois além de estar sendo avaliado, é necessário o entendimento de como a cultura faz parte desse processo.


No filmeIlha das Flores” é notória a comparação que o narrador faz entre Natureza e Cultura. O tomate é proveniente da natureza e o homem se diferencia de uma galinha e do tomate por ter um cérebro avançado, polegar opositor, fabricar a bomba H e plantas o tomate.
O tomate é da natureza, mas no cultivo utilizado pelo homem (agricultura e culinária, por exemplo) torna-se num elemento usado pela cultura humana. Como descreve o “Aurélio”, agricultura é “a arte de cultivar os campos, com vistas à produção de vegetais úteis ao homem”.
O homem produz cultura; o homem sendo um elemento da natureza e utilizando outros elementos naturais para sua composição cultural, utiliza-se dos status culturais e sua capacidade para se diferenciar dos outros e da natureza. Os status culturais e a exigência do mercado gera as disparidades sociais registradas no filme, uma espécie de cultura da miséria.
Está na Natureza orgânica animal, incluindo a humana, a necessidade de comer e na cultura humana o desejo e o modo de “como comer”. As pessoas, no filme, que comem restos de porcos, são movidas mais pela necessidade de comer do que pelo desejo.
A Natureza é a ciência e a desencadeadora da funcionalidade dos ambientes e dos organismos vivos. Algo é natural quando se manifesta independente da ação e intenção humana. A Cultura Humana no sentido de relação social e posse interfere na constituição dos meios naturais e em sua inferência de resultados na vida social.

Bons estudos!

Eu, Etiqueta

Caros alunos, ouçam os versos do poema Eu, etiqueta, de Carlos Drummond de Andrade na voz de Paulo Autran ou simplesmente leiam:


Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome que não é o meu de batismo ou cartório, um nome... estranho. 
Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. 
Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. 
Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. 
Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. 
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim-mesmo ser pensante, sentinte e solitário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago para anunciar, para venderem bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam, e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrina me tiraram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados.
Para me ostentar assim, tão orgulhoso e ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

Após refletirem sobre o poema, assinale a alternativa incorreta:
a) O poema faz referência direta ao conceito de cultura de massa, que segundo Adorno é uma forma de controle da consciência pelo emprego de meios como o cinema, o rádio ou a imprensa.
b) De acordo com a Escola de Frankfurt o surgimento da cultura de massa, em meados do século passado, deveu-se em grande parte ao desenvolvimento do projeto iluminista que desencadeou uma crise ética e epistemológica dando origem por fim a já referida cultura de massa.
c) A Revolução Industrial não foi apenas um conjunto de inovações técnicas, mas uma forma de dominação e controle do tempo do trabalhador, essa dominação se dá por meio da disciplina e da indústria cultural.
d) O produto da indústria cultural não pode ser considerado arte em sentido estrito, já que ela tende a padronização, a ausência de conteúdo, e o apelo ao mercado.
e) A cultura de massa tem o papel de difundir por meio do mercado as culturas regionais, contribuindo para a emancipação do homem.




 

Atividade sobre A QUESTÃO DA DIVERSIDADE E DO DIREITO A DIFERENÇA


I. O ETNOCENTRISMO:

Dá-se o nome de etnocentrismo a atitudes de grupos humanos de supervalorizar seus próprios valores, sua própria cultura. O fenômeno do etnocentrismo manifesta-se de várias formas. Podemo-lo sentir quando as pessoas ridicularizam costumes e hábitos de povos diferentes. O brasileiro comum censura, por certo, a consagração da vaca na Índia e estranhará a indumentária escocesa masculino, parecida com um saiote. Nota-se portanto que o etnocentrismo denota um certo orgulho pela superioridade e credibilidade da própria cultura. é verdade que as pessoas não percebem que seus juízos ou julgamentos são preconceituosos em função da unilateralidade de sua atitude.

II. O RELATIVISMO:

Nesta analise devemos superar o discurso etnocêntrico, percebendo que o ser humano apresenta diferenças étnicas e culturais e aprendendo a conviver com essas diferenças dentro dos critérios da normalidade. Conviver com as diferenças é aceitar o outro como o outro é em sua essência, é não mensurar ou hierarquizar as realidades culturais e sim percebê-las como sendo fruto de uma dada realidade histórica instituída, e portanto, independentes e autônomas. As diferenças culturais compõem o painel humano em escala global, somos diferentes em nossas verdades, em nossos meios técnicos, em nossa religiosidade, em nossas instituições e principalmente em nosso cotidiano. E precisamos identificar a diferença cultural como algo salutar e não como diferenças que expressam a superioridade de alguns em detrimento de outros. Senão, o que seria do mundo se fossemos todos iguais? Na luta acadêmica contra o discurso etnocêntrico, foi cunhado o conceito de relativização, ou seja, o ser humano deve relativizar as diferença culturais e identificá-la enquanto dentro de uma realidade específica, própria. Aceitando portanto as culturas como sendo diferentes, o máximo complexas e simplificadas, mas nunca melhor ou pior, desenvolvida ou atrasada..

EXERCÍCIOS

01. (J.Rendeiro) O ser humano carrega as diferenças culturais como marcas de sua realidade, e acabam com isso, cirando um mensuração de suas verdades em relação à realidade daqueles povos que são diferentes.Sobre o assunto responda:

a) O ser humano naturalmente aceita as diferenças culturais, convivendo em harmonia com seu semelhante.
b) Os indivíduos dentro do corpo social tendem naturalmente a transgredir a realidade estabelecida e perceber o outro dentro do seu contexto histórico.
c) O ser humano tende a supervalorizar a sua realidade em detrimento de outras culturas diferentes
d) A humanidade já apresentou em um passado distante vários conflitos de origem cultural, étnica, fenômeno já superado no mundo atual.
e) A sociedade em todo a sua formação cultural consegue mesclar realidades étnicas distintas e a partir daí adaptá-las respeitando as distinções.

02. (J.Rendeiro) Sobre o etnocentrismo é correto afirmar:

a) É a supervalorização da cultura do outro em detrimento da sua realidade.
b) É a natural aceitação da cultura do estrangeiro e a total reformulação da sua cultura.
c) É a possibilidade do indivíduo de perder sua identidade étnica.
d) São as circunstâncias históricas que determinam a realidade cultural de um indivíduo.
e) É a supervalorização da cultura de um determinado grupo social em detrimento de outros.

03. (J.Rendeiro) Leia as afirmativas abaixo e marque a
alternativa correta:

I. O etnocentrismo é a necessidade do ser humano de adaptar sua realidade histórico-cultural aos padrões culturais em escala global.
II. O ser humano tradicionalmente, percebe o mundo como apresentando uma raça única, a raça humana e portanto aprendeu ao longo do processo histórico a aceitar as diferenças.
III. O discurso etnocentrico, transforma-se numa base direta para a ideologia racista.
IV. No discurso etnocêntrico existe uma freqüente supervalorização do padrão cultural de um determinado grupo em relação aos demais.

Estão corretas:
a) I e II          b) I e III     c) II e III     d) III e IV       e) Apenas a IV

04. (UFU) O discurso relativista, vem paulatinamente substituindo o discurso etnocêntrico, mas ainda precisa de uma grande consolidação. Mesmo assim, a Antropologia, ramo das Ciências Sociais, vêm dando claros sinais da sua utilização. Sobre o relativismo não podemos afirmar:

a) Busca compreender a cultura do outro, a partir da realidade histórica e cultural dos diferentes povos.
b) É o discurso que interpreta as diferenças culturais como sendo algo da natureza humana.
c) É a tentativa de identificar em uma cultura, as qualidades específicas que não existem em outras.
d) Na analise relativista o homem é visto como único em sua essência, e diferente em suas etnias.
e) O homem no relativsimo é compreendido a partir de suas diferenças e interpretado nesse contexto como alguém que é diferente.

05. (J.Rendeiro) Na definição do relativismo é correto afirmar:

a) O ser humano busca compreender suas diferenças a partir de culturas distintas, mensurado suas realidades.
b) A sociedade tende a aceitar o discurso que hierarquiza as realidades historicamente construídas.
c) É a interpretação de uma dada realidade a partir de seu próprio contexto, respeitando as diferenças existentes.
d) È a possibilidade do ser humano buscar uma integração de valores, criando um padrão cultural único.
e) Ocorre quando os indivíduos conseguem orientar suas ações tendo como mote suas realidades particulares.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Folclore


Maracatu: uma das mais proeminentes manifestações do folclore brasileiro.
O folclore foi um termo criado por estudiosos interessados em pesquisar e analisar as manifestações culturais de origem popular. Cunhada especificamente no século XIX, essa palavra advém da junção feita entre duas expressões da língua inglesa: “folk”, que significa povo e “lore” que faz referência à ideia de conhecimento. Desse modo, a designação mais ampla de folclore envolve tudo aquilo que é tomado como sendo pertencente ao “conhecimento do povo”.

É importante notar que o interesse pelo conhecimento do povo não tem a sua origem calcada na ação de pessoas oriundas das próprias classes populares. A partir do século XVIII, o grande volume de transformações ocasionadas pela Revolução Industrial motivou uma volta à natureza, ao campo e, consequentemente, à população que pertencia a esse espaço. Em linhas gerais, podemos ver que o nascimento do folclore se liga a uma oposição ao processo de padronização advindo da sociedade industrial.

Com o passar do tempo, a formulação dos estudos folclóricos determinou o desenvolvimento de pesquisas relacionadas às crenças, cerimônias, costumes, jogos, festas, mitos e provérbios ligados a uma produção anônima, tradicional e, ao mesmo tempo, reconhecida por uma coletividade. Sem dúvida, não podemos deixar de salientar que o gosto pelo folclore foi responsável por importantes ações que ampliaram os estudos de natureza cultural em diversas partes do mundo.

Entretanto, ao longo do tempo, vemos que a definição sobre aquilo que deveria ser considerado folclórico se transformou bastante. Atualmente, o folclore não mais representa um círculo fechado que privilegia as manifestações culturais provenientes das camadas populares e afastadas da produção cultural urbana. Ao longo do século XX, novos interessados pela temática cultural conseguiram apontar outras importantes significações e usos para o folclore.

Atualmente, se aceita a produção artística de autores específicos, não mais privilegiando apenas a produção de natureza anônima. Ao mesmo tempo, a distinção entre popular e erudito é quebrada em favor de uma produção folclórica oriunda da leitura e a influência realizada por dados capturados da erudição. Mais do que isso, o folclore hoje também abandona os sentidos estáticos que a tradição antes conferia às suas manifestações, aceitando a mudança e a inovação como situações de importante validade.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Cultura Indígena

Os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro. São formados por povos diferentes com hábitos, costumes e línguas diferentes.
Os Ianomâmis falam quatro línguas: a Yanomam, Sanumá, Yanomame e Yanam. Suas habitações são construídas de caibros encaixados, amarrados com cipó e revestidas de palha. Possuem características seminômades, já que mudam de habitat quando acreditam ter explorado uma região ao máximo. São caçadores e acreditam em rixis: espíritos de animais que ao serem mortos tornam-se em protetores e amigos.
Os Carajás falam apenas uma língua: a Macro-Jê. São divididos em Karajás, Javaés e Xambioás. Acreditam na transformação do homem em animais e vice-versa. Residem nas proximidades do rio Araguaia, pois acreditam que sua criação, rituais de passagem, alimento e alegria são dados por ele. Vivem do cultivo do milho, mandioca, batata, banana, cará, melancia, feijão e amendoim, e prezam pela pintura corporal. Dividem o trabalho, fica para os homens a defesa do território, abertura de roças, construção das casas, pesca e outros. Para as mulheres o trabalho de educar os filhos, cuidar dos afazeres domésticos, do casamento dos filhos, da pintura e ornamentação das crianças e outros.
Os Guaranis manifestam sua cultura em trabalhos em cerâmica e em rituais religiosos. Possuem sua própria língua, somente ensinam o português às crianças maiores de seis anos. São migrantes e agricultores. Acreditam que a morte é somente uma passagem para a “terra sem males”, onde os que se foram partem para este local para proteger os que na Terra ficaram.
Os Tupis são dominados por um ser supremo designado Monan. A autoridade religiosa dentro das aldeias é o Pajé, que é um sábio que atua como adivinho, curandeiro e sacerdote. Utilizam a música e seus instrumentos musicais para a preservação de suas tradições, para produzir efeitos hipnóticos e para momentos de procriação, casamento, puberdade, nascimento, morte, para afastar flagelos, doenças e epidemias e para festejar boas caçadas, vitórias em guerras e outros.
Existem cerca de 225 sociedades indígenas distribuídas em todo o território brasileiro, corresponde a 0,25% da população do país. Diante das culturas específicas de cada sociedade, somente algumas delas foram anteriormente destacadas.

Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

ENEM 2011

Desde o ano de 2010, o Enem passou a ser mais exigente com seus participantes. Na prova será cobrada além de Língua Estrangeira, Sociologia e Filosofia.

Sobre Filosofia e Sociologia?
 Os conteúdos dessas Disciplinas, estão listados abaixo.
 
FILOSOFIA
Moral
Ética
Organização política


SOCIOLOGIA
Cidadania
Participação popular
Democracia
Multiplicidade cultural e diferenças

Para quem vai fazer o ENEM  2011 nos dias 22 e 23/10, segue abaixo link de um site com apostilas para estudar. Vale a pena conferir!

http://www.webvestibular.com.br/apostilas/apostilas_diversas.htm

domingo, 16 de outubro de 2011

FELIZ DIA DO PROFESSOR



Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem "águias" e não apenas "galinhas". Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
(Paulo Freire).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Subculturas

Peões boiadeiros, do estado brasileiro do Rio Grande do Sul.
Índios Navajo, nos EUA.
«Os peões boiadeiros, os moradores de uma comunidade de aposentados, os trabalhadores de plataformas de petróleo – todos são exemplos do que os sociólogos denominam subcultura. Uma subcultura é um segmento da sociedade que difere do padrão da sociedade maior. De certa forma, uma subcultura pode ser vista como uma cultura que existe dentro de uma cultura maior dominante. A existência de várias subculturas é uma característica de sociedades complexas, como a dos Estados Unidos.
Os membros de uma subcultura participam da cultura dominante e, ao mesmo tempo, têm formas distintas e únicas de comportamento. Frequentemente, uma subcultura desenvolve (…) uma gíria, um idioma especializado, que a distingue da sociedade maior. Por exemplo, se quiser se juntar a um bando de batedores de carteira, você deverá aprender o que fazem o tesoura, o ropeiro e o olheiro.
A gíria permite que os particiapantes do grupo – os membros da subcultura – entendam as palavras com significados especiais. Também estabelece padrões de comunicação que as pessoas de fora não podem entender. (…) A linguagem e os símbolos oferecem uma forma poderosa de a subcultura se sentir coesa e de manter a sua identidade.
Os fãs de música geralmente formam subculturas dedicadas a um determinado tipo de música ou a um músico. Um exemplo é o surgimento de uma subcultura chamada Phishheads, nome originado da banda de rock de Vermont Phish. O grupo é semelhante aos Deadheads, devotos dos Grateful Dead.
As subculturas se desenvolvem de diferentes maneiras. Frequentemente, uma subcultura surge porque um segmento da sociedade tem problemas ou mesmo privilégios únicos quanto à sua posição. As subculturas podem estar baseadas em uma idade comum (adolescentes ou pessoas mais velhas), região (os appalaches), herança étnica (cubanos norte-americanos), ocupação (bombeiros), ou crenças (ativistas surdos trabalhando para preservar a cultura dos surdos). Certas subculturas, como a dos hackers de computadores, se desenvolvem porque têm um interesse ou hobby em comum. Ainda em relação a outras subculturas, como a dos prisioneiros, os membros podem ter sido excluídos da sociedade convencional e se vêem forçados a desenvolver formas alternativas de sobrevivência.»
Richard T. Schaefer, Sociologia, 6ª edição, McGraw-Hill, São Paulo, 2006, pp. 69 e 70.
( do Blog caderno de sociologia)

Contracultura: o exemplo dos hippies


«No final da década de 1960 surgiu uma extensa subcultura nos EUA composta de jovens motivados por uma sociedade que julgavam muito materialista e tecnológica. Esse grupo incluía basicamente radicias políticos e “hippies” que tinham “abandonado” as instituições sociais dominantes. Esses jovens, homens e mulheres, rejeitavam a pressão para se acumular cada vez mais carros, casas cada vez maiores e um conjunto sem fim de bens materiais. Expressavam, em contrapartida, o desejo de viver em uma cultura baseada em valores mais humanos, dividindo amor e vivendo em harmonia com a natureza. Politicamente, essa subcultura se opôs ao envolvimento dos EUA na guerra do Vietname e pregou a resistência ao alistamento militar obrigatório.
Quando uma subcultura se opõe de maneira clara e deliberada contra certos aspectos da cultura maior, ela é chamada de contracultura. As contraculturas, em geral, surgem entre os jovens, que fizeram até ao momento o menor investimento na cultura existente. Na maioria dos casos, um jovem de 20 anos pode se ajustar a novos padrões culturais mais facilmente do que alguém que já viveu 60 anos seguindo os padrões da cultura dominante.»
Richard T. Schaefer, Sociologia, 6ª edição, McGraw-Hill, São Paulo, 2006, pág. 70.
Hippies

O que é a aculturação?

massai-blanche casamento de uma europeia com um massai A aculturação diz respeito às modificações culturais resultantes dos contatos entre pessoas de duas sociedades diferentes. Esses contatos podem consistir em interacções diretas, provocadas por conquistas militares, colonização, emigração, atividades missionárias e até turismo. Mas podem também ser contatos indiretos através dos diversos meios de comunicação social (televisão, internet, cinema, jornais, etc.).
A aculturação é um fenômeno social constante, tanto no presente como no passado. As diversas sociedades não são estanques e influenciam-se umas às outras de diversos modos.
A aculturação parece assumir duas formas principais, havendo entre elas diversos graus intermédios.
A aculturação por destruição, quando uma sociedade consegue impor a sua cultura a outra sociedade e a cultura desta desaparece ou se torna residual.
A aculturação por assimilação, quando uma sociedade é influenciada pela cultura de outra sociedade mas não põe de lado a sua própria cultura. Essa influência constitui um enriquecimento, um alargamento do património cultural.

O que são ritos de passagem?

jovem da etnia yawalapiti se submete a ritual de passagemJovem da etnia yawalapiti (Alto Xingu, Brasil) submete-se a um ritual de passagem, em que a sua pele é arranhada com dentes de peixe até sangrar.  (Fotografia e informação obtidas aqui.)
Os ritos de passagem (ou de iniciação) são cerimônias que assinalam transições importantes no desenvolvimento do indivíduo e em que ocorre uma mudança de estatuto social. Por exemplo: os ritos ligados ao nascimento (como o batismo), os ritos da puberdade (a iniciação à condição de adulto), o casamento, ritos de integração em grupos específicos (nomeadamente as praxes nas escolas e nas Forças Armadas), ritos ligados à morte (como os funerais).
Vejamos com mais detalhe os ritos da puberdade. Estes assinalam o fim da infância e a entrada na maioridade (que por vezes tem várias fases), ou seja, o início da capacidade sexual e reprodutiva e o direito de desempenhar as funções próprias dos adultos. Essas cerimônias constituem uma iniciação na vida dos adultos. (Nalgumas sociedades não se reconhece a adolescência como um período diferenciado.)
Em muitas sociedades essa passagem para a condição de adulto é bastante dramatizada e é vista como uma grande mudança – como se a criança morresse e o adulto fosse outra pessoa. Muitas vezes chega-se ao ponto de atribuir um novo nome ao iniciado.
As características desses ritos dependem principalmente do estilo de vida do povo em causa e do sexo da pessoa iniciada, pois as provas incluídas nas cerimônias pretendem ser uma preparação para a vida e uma ocasião para o iniciado demonstrar as suas qualidades.
Por isso, quando se trata de um povo guerreiro (ou então um povo cuja sobrevivência depende de atividades, como a caça e a pesca, cujo exercício requer coragem, força e resistência) as provas exigidas aos iniciados são normalmente violentas e dolorosas.
Quando as atividades predominantes numa sociedade são mais “pacíficas”, como a agricultura, os ritos são normalmente menos violentos e menos exigentes.
Contudo, por vezes a violência e a exigência dos ritos deve-se a crenças religiosas e morais e é independente do estilo de vida. É por isso que nalgumas sociedades existem ritos de passagem femininos muito violentos e dolorosos (envolvendo, por exemplo, mutilações genitais).
Os ritos da puberdade, e outros ritos de passagem, simbolizam a aceitação por parte do indivíduo das crenças, costumes e normas comunitárias: ao submeter-se às provas ele dá o seu assentimento à tradição.
Esses ritos simbolizam também o reconhecimento social do indivíduo e a sua integração no grupo – dos homens, das mulheres, etc. É como se lhe dissessem: “agora és um de nós”, “agora podes viver (caçar, pescar, comer, conversar de igual para igual, casar, etc.) conosco”.
A repetição dos ritos e o fato de os iniciados de hoje serem os futuros iniciadores, reforçam a coesão do grupo e a sua identidade cultural coletiva.
Pertencer ao grupo, ser aceite pelos outros, partilhar essa identidade coletiva, é importante em termos psicológicos e ajuda a definir a identidade individual – ajuda a pessoa a saber quem é e a ser reconhecida pelos outros como tal. Sem isso, as pessoas normalmente sentem-se desenraizadas e “perdidas”.
Devido a essa necessidade de identificação e reconhecimento, em muitos ritos de iniciação são feitas marcas corporais características do grupo e que demonstram publicamente que aquele indivíduo dele faz parte: tatuagens, cicatrizes, dedos amputados, etc.
Nas modernas sociedades industrializadas continuam a existir ritos de passagem ou iniciação: batismo, casamento, entrega de diplomas, praxes, etc.
Mas não têm a importância social que têm em sociedades mais pequenas e “primitivas”: não envolvem toda a comunidade e têm um significado mais vago e muito menos força simbólica. Não têm quase nunca um caráter obrigatório. Por isso, não têm o poder integrador dos ritos de outras sociedades e são menos eficazes a promover a identidade coletiva e influenciam menos a identidade individual.
No caso dos ritos de puberdade isso é muito notório. Nas nossas sociedades a passagem da infância à idade adulta é muito gradual, pois pelo meio existe o longo período da adolescência, e não se faz através de um grande e simbólico rito de iniciação, embora existam pequenos ritos de iniciação ligados à entrada na escola (nomeadamente as praxes universitárias) e à celebração de alguns aniversários (nomeadamente os 18 anos, que permitem votar, tirar carta de condução, etc.).

Diversidade cultural e socialização

“A socialização é o processo através do qual as crianças, ou outros novos membros da sociedade, aprendem o modo de vida da sociedade em que vivem. Este processo constitui o principal canal de transmissão da cultura através do tempo e das gerações. (...)
A criança humana é a mais desamparada de todas as crias. Uma criança não consegue sobreviver sozinha e sem ajuda, pelo menos durante os primeiros quatro ou cinco anos de vida. A socialização é, portanto, o processo pelo qual as crianças indefesas se tornam gradualmente seres auto-conscientes, com saberes e capacidades, treinadas nas formas de cultura em que nasceram.”
Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F.C. Gulbenkian, Lisboa, 2007, pp. 27 e 28.
Muitas aprendizagens feitas no processo de socialização são realizadas de modo informal e inconsciente. As pessoas aprendem sem perceber que estão a aprender. Aprendem enquanto vão vivendo as suas vidas. Adquirem conhecimentos, hábitos e valores enquanto brincam, conversam ou observam os outros. Brincar com aquelas bonecas contribuirá para as meninas aprenderem como é que na sua sociedade uma mulher se pode e deve vestir.
Mas, embora todos os seres humanos possuam cultura e a transmitam à geração seguinte, não possuem todos uma cultura igual. No planeta Terra existe uma enorme diversidade cultural: milhares de culturas diferentes, com hábitos, tradições e valores muito diversos. Assim, como as bonecas mostram, as meninas ocidentais e as meninas árabes adquirem hábitos e ideias bastante diferentes no que diz respeito ao modo como uma mulher se pode e deve vestir. E também no que diz respeito ao lugar que uma mulher pode e deve ocupar na sociedade.